A análise de Raul Neto, CEO da Randstad
A conjuntura internacional continua a apresentar enormes desafios, potenciadora de um enquadramento económico caracterizado por uma incerteza que é cada vez mais uma constante. Esta realidade vem dar mais ênfase às opções orçamentais para 2026, que serão decisivas para impulsionar a competitividade e a produtividade da economia portuguesa. E os resultados do barómetro mostram que as empresas defendem três áreas prioritárias para a actuação governativa: um quadro fiscal mais favorável, capaz de aliviar a carga sobre a actividade económica; um Estado mais eficiente e menos burocrático, orientado para a competitividade; e um regime laboral adaptado às novas formas de trabalho, capaz de melhorar a produtividade e garantir maior flexibilidade num mercado em rápida transformação. Há um reconhecimento que as alterações propostas à lei laboral representam um avanço, ao introduzirem mais flexibilidade e ao aproximarem a legislação das realidades actuais, mas embora positivas, estas medidas não resolvem de forma estrutural os bloqueios do mercado de trabalho. Portugal continua a enfrentar uma escassez de talento qualificado e um défice estrutural de competências face às necessidades de uma economia em transição digital e verde. Sem uma resposta integrada a estes desafios será difícil transformar o potencial de crescimento em resultados sustentáveis e competitivos.
Testemunho publicado na edição de Outubro (nº. 235) da Executive Digest, no âmbito da XLIV edição do seu Barómetro.














